Considero importante relacionar o tema do meu blog com os conhecimentos adquiridos para a formação da minha opinião, neste sentido e em resposta à questão da professora Elisabete, nomeadamente «Tendo em conta os objectivos da clonagem animal e vegetal, considerando as diversas informações postadas que balanço fazes destes avanços, serão compatíveis com uma perspectiva de desenvolvimento sustentável?», decidi criar um novo post.
Esta opinião é pessoal e compreendo que nem todos possam partilhar da mesma perspectiva.
Do meu ponto de vista, considero que a resposta à questão «Clonagem - Ambiente e Desenvolvimento Sustentável?» na perspectiva ambiental é sem dúvida «não».
Considero a clonagem um passo importante da biogenética e um contributo importantíssimo para o desenvolvimento da área da saúde e do conhecimento do homem. Devem prosseguir os estudos e a evolução, dentro de alguns parâmetros éticos e científicos.
No entanto, em termos de desenvolvimento sustentável, e se a sua definição é a «satisfação das necessidades da geração actual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades», então considero que este conceito se refere à preservação natural das espécies, dos recursos da terra e dos habitat’s. Na minha prespectiva, a clonagem de animais e plantas não é isso, mas sim a tentativa de controlar um sistema que supostamente deveria ser natural.
Em termos ambientais considero que a clonagem é encarada como um recurso para resolver problemas de origem antropogénica, e por isso não significa um verdadeiro desenvolvimento sustentável, mas sim, a minimização da falta de desenvolvimento sustentável nos dias de hoje. Utilizar a clonagem como resposta a isso, é assumir que fizemos profundos estragos e que não conseguimos que os recursos naturais retomem o ciclo natural (que foi quebrado pelo homem). Por exemplo, quando reduzimos a variabilidade genética de plantas e animais, não estamos a garantir que as gerações futuras a terão ao seu dispôr. Sei que pode sempre existir a argumentação de que com a clonagem podemos multiplicar infinitamente, mas na prespectiva da clonagem animal e tendo em conta os estudos actuais, não podemos garantir o sucesso da integração desses indivíduos nos habitat's naturais, assim como um ciclo de vida equilibrado para as espécies clonadas.
Quando ocorre perda de biodiversidade por «selecção natural» (relacionado com causas ambientais naturais), então a clonagem também não faz sentido, porque provávelmente essas mesmas espécies já não encontram nestas novas condições terrestres um ambiente favorável.
Esta opinião não significa que seja totalmente contra a clonagem, considero porém que muitas vezes é simplesmente mais um passo em prol do bem estar do homem sem ter em conta o que pode acontecer em gerações futuras ou ao bem estar de outras espécies.
A micropropagação é um assunto mais específico, em alguns aspectos considero-a benéfica se utilizada equilibradamente. Tendo especial atenção em não substituir as culturas tradicionais (de forma a não diminuir a variabilidade genética), pode ser importante para a resolução de vários problema agrícolas, nomeadamente a melhoria da oferta de produtos e a sua qualidade, assim como a resolução de problemas de escassez de bens alimentares em alguns países.
Espero receber neste post as vossas opiniões.
Mónica Mogne
Como referi num post anterior, «os suínos e os humanos desenvolvem mais ou menos o mesmo peso e têm uma estrutura metabólica e corporal semelhante», e por este motivo pode significar que este animal seja uma «fonte inesgotável de órgãos transplantáveis no homem».
Actualmente, já existem melhorias que consiste em colocar no animal o gene HLA-G (reduz o risco da rejeição do órgão) aumentando o sucesso da técnica.
Estes estudos ainda estão em desenvolvimento, e são necessários muitos aperfeiçoamentos para tornar a técnica viável.
Com o desenvolvimento do xenotransplante, outras espécies podem ser utilizadas.
Quais serão os critérios de selecção dos animais dadores?
Será um perigo para animais em vias de extinção? Alguns primatas não humanos são genéticamente semelhantes ao homem, contudo, alguns estão em vias extinção. A clonagem pode ajudar na resolução desta problemática .... No entanto, será éticamente correcto clonar animais para próprio beneficío do homem?
Fontes:
http://diario.iol.pt/noticia.html?id=58597&div_id=4071
http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/10437/252/1/xenotransplantacao.pdf
http://paginas.fe.up.pt/~jamc/xenotransplante/etic.html
Mais cedo ou mais tarde seria de esperar que esta questão fosse levantada.
Na Coreia do Sul, foi clonado o primeiro cão «por encomenda» no mundo.
Diz a notícia, que « Booger, um pit-bull terrier, foi "criado" em laboratório a pedido da ex-miss beleza norte-americana Bernann McKinney».
Nos EUA, apenas a empresa Genetic Savings and Clone realizava a clonagem de gatos por US$ 50 mil “a cópia”.«A clonagem seria feita através da uma retirada de DNA do estômago do animal vivo ou imediatamente após sua morte.»
A empresa BioArts tem actualmente um projecto nomeado de «Best Friends Again» para produzir clones de vários animais de estimação. Para iniciar a actividade comercial, foi feito um leilão, os vencedores foram o casal Otto. O seu cão foi clonado por aproximadamente 127 mil euros e foi o primeiro cão clonado nos EUA!
Este é sem dúvida uma compra apenas para alguns!!!
Questões éticas :
- Estará a clonagem a ser encara como uma forma de enganar a morte? Ter um animal clonado, não significa ter o mesmo animal de volta, mas sim um indivíduo genéticamente igual. O original é único!
- Os animais clonados são susceptíveis a mais doenças, assim como a envelhecimento precoce.
Pode ser considerado um abuso da ciência e dos animais, uma vez que o único previligiado é o Homem?
Para reflectir ...
Com tantos animais abandonados que precisam de ser «adoptados», esta medida pode aumentar a problemática?
Estamos a contribuir para uma redução da variedade genética animal? Como sabemos, muitas raças vão surgindo devido ao cruzamento de espécies já existentes. Com esta técnica vai aumentar a representatividade das espécies preferidas do Homem e uma diminuição das espécies menos frequentes. Que impacto poderá ter na natureza?
Fontes :
http://bordadoingles.blogspot.com/2008/08/clonar-animais-de-estimao-comprar-gato.html
http://www.revista.inf.br/veterinaria04/revisao/revisao05.pdf
http://ingridajala.files.wordpress.com/2008/07/animais.jpg
Na Russia em 2008 afirmavam a decifração de uma grande parte do DNA do mamute encontrado (2007 - http://planetasustentavel.abril.com.br/ ... 2262.shtml ) mas que seria insuficiente para clonar directamente desses fósseis, por outro lado a National Geographic Brasil afirma em Maio de 2009, que trazer de volta animais extintos pode não ser fantasia! Qual será então a técnica?
Argumentos para a impossibilidade da clonagem do mamute directamente dos fósseis encontrados :
«Para poder realizar a clonagem é preciso ter pelo menos uma célula viva, o que infelizmente não é o caso deste filhote", comentou o diretor adjunto do Instituto Zoológico de São Petersburgo à agência Interfax.
( http://noticias.terra.com.br/ciencia/in ... 6-EI319,00 Russia+decifrara+DNA+de+mamute+mas+descarta+clone.html )
Hipóteses para trazer de volta um mamute :
Fertilização InVitro com esperma congelado :
Clonagem de Célula Congelada :
Consulta aqui ambas as hipóteses apresentadas na edição 110 da revista National Geographic Brasil- http://viajeaqui.abril.com.br/national- ... nhar.shtml
Será que ainda teremos entre nós este magnífico animal ?????
Este é o campo onde a clonagem parece ter um impacto «mais positivo». No entanto, não deixam de existir questões éticas implicadas. Agora que já ocorreu a adaptabilidade dos ecossistemas face à extinção de certas espécies, será correcto sujeitar os animais a possíveis «tentativas falhadas» ?
Segundo o pesquisador Lawrence Smith existem três motivos para a clonagem animal :
«Primeiro, para reproduzir exemplares de alta qualidade comprovada, principalmente no setor pecuário. Essa é a clonagem mais comum e também a mais barata. Cada animal clonado, da repartição celular ao bicho vivo, custa de 30.000 a 50.000 dólares. Segundo, para produzir clones transgênicos, que tenham algumas características reforçadas, ou modificadas, de acordo com o interesse do pesquisador. A terceira aplicação da clonagem, mas ainda pouco desenvolvida, é a recuperação de espécies em extinção, ou já extintas, como o mamute, aquele ancestral do elefante que conviveu com o Homo sapiens até o fim da Idade do Gelo, quando sua população foi dizimada. É, de longe, a técnica mais complexa. Os poucos exemplares que resistiram encravados em geleiras sem se decompor totalmente têm o material genético muito danificado pelo tempo. A técnica de clonar espécies extintas foi exposta de maneira razoavelmente correta no filme Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg. Nele é mostrado que seqüências do DNA de animais extintos que não puderam ser conservadas são substituídas por material genético retirado de animais modernos com algum grau de parentesco com aquele que se quer fazer reviver.»
Contudo, outras fontes informam que « Clonar um animal extinto é um projeto que exige muita dedicação, pois pode levar mais de vinte anos e tem apenas de 5% a 10% de chance de dar certo.».
Com a clonagem de animais extintos levantamos outra problemática :
No entanto, será aberto um novo problema! Como será a introdução desses animais nos ecossistemas? Se a sua extinção ocorreu à milhares de anos por algum motivo ambiental, estaremos a contrariar a «selecção natural». Contrariar a natureza pode significar um problema ecológico! Como afirma Elisa França, não seria benéfico «ilacinos atacando ovelhas, mamutes morrendo de calor e dodôs sem tecto».
Pode ser um problema complexo para a biodiversiade e para os ecossistemas.
Fontes:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2001/011001_clone.shtml
http://super.abril.com.br/mundo-animal/trouxessemos-volta-animais-extintos-443484.shtml
Na União Europeia a questão tem sido muito mais polémica.
Vejamos os diferentes pareceres das autoridades envolvidas na decisão da introdução de animais clonados com fins aliementares:
- O parecer da EFSA (European Food Safety Authority) foi de que«clones saudáveis e os seus descendentes não apresentam quaisquer diferenças significativas em relação aos animais convencionais correspondentes».
(Nota : No entanto, é do conhecimento geral de que muitos dos animais clonados não são totalmente saudáveis. Como será controlada a qualidade e a inexistência desse animais no mercado?)
- O Grupo Europeu de Ética: « a clonagem é desnecessária, eticamente injustificável e, a ter lugar no futuro, implicaria vastas mudanças na regulação e fiscalização.»
- o Comité de Bioética da CE: «(...)tendo em conta o sofrimento e os problemas de saúde dos animais clonados, o comité tem dúvidas sobre a justificação ética da clonagem de animais com fins alimentares.»
- Parlamento Europeu :
Em 2008, a resposta seria «Não!». Contudo , veremos qual a posição caso existam grandes pressões externas.
(fonte : http://www.europarl.europa.eu/pdfs/news/public/story/20080827STO35494/20080827STO35494_pt.pdf )
- Ministros da Agricultura : Segundo a reunião a 22 de Junho de 2009, a ministra alemã afirma que « Infelizmente, uma proibição total não é realizável".
Prevê-se que « produtos obtidos de animais clonados e também de suas crias de primeira geração sejam sujeitas à aprovação com base no regulamento vigente da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA - European Food Safety Authority), que já em março último havia classificado a "carne clonada" como inofensiva para o consumo. A Comissão Europeia deve agora elaborar uma proposta de regulamento e apresentar um projeto de lei. »
Fontes:
http://www.ajap.pt/media/dest_agroinov_1.pdf
http://www.agrosoft.org.br/agropag/210827.htm
http://parana-online.com.br/canal/direito-e-justica/news/281583/?noticia=O+QUE+E+PERMITIDO+NO+CAMPO+DA+CLONAGEM+DE+ANIMAIS
http://qualfood.biostrument.com/index.php?option=noticia&task=show&id=10362
http://www.agrosoft.org.br/agropag/210827.htm
Mas quais serão os principais objectivos da clonagem animal ?
- Permitir avanços na ciência, nomeadamente ao nível da melhoria da saúde humana.
- Permitir estudos acerca da clonagem humana.
- Aumento da biodiversidade. (ex. clonar animais extintos e aumentar a representatividade dos animais de elite dentro de cada espécie)
- Melhoria da qualidade do sector alimentar. Na clonagem de animais com melhores características, aumentamos a qualidade dos alimentos produzidos (melhor leite, carne com mais proteínas, etc.)
No entanto, depois muitos outros animais foram clonados.
Macacos
Tetra, em 2000 é o primeiro primata a ser clonado com sucesso. Foi utilizado o processo de clonagem de divisão embrionária.
Porcos
Na inglaterra uma porca de 100Kg dá à luz cinco porquinhas idênticas.
Nos EUA, a mesma empresa de biotecnologia que criou Dolly, avançou com a clonagem de porcos. São o Noel, Angel, Star, Joy e Mary. Foi considerado um grande avanço, os porcos podem desenvolver a área dos transplantes.Os especialistas desta empresa afirmam que os órgãos dos porcos podem ser usados em transplantes humanos. Motivo : «os suínos e os humanos desenvolvem mais ou menos o mesmo peso e têm uma estrutura metabólica e corporal semelhante». De forma a evitar a rejeição de órgãos, será necessário alterar um gene na célula(porcos transgénicos).
No entanto, a BBC informa que alguns especialistas referem que caso os seus órgãos sejam utilizados em transplantes, alguns vírus de doenças que atacam os porcos podem contaminar o homem.
Em 27 de Julho de 2007, no Japão, foi criada a 4º geração de porcos clonados.
Ratos
Em 2003(França), nasce Ralph, o primeiro rato clonado. «De acordo com os autores da pesquisa, a clonagem em ratos nunca havia sido conseguida até hoje por causa de uma particularidade dos ovócitos destes roedores, que se ativam espontaneamente nos 60 minutos seguintes à sua saída do oviduto (trompas de Falópio), não dando tempo para os pesquisadores fazerem o procedimento de clonagem.
Os cientistas conseguiram superar o obstáculo, acelerando o procedimento de "transferência nuclear", que consiste em injetar nos ovócitos sem núcleo o núcleo de uma célula do rato a ser clonado.»
Em 2007, «cientistas da Universidade do Havaí clonam mamífero adulto do sexo masculino. É o rato Fibro, a clonagem deixou de ser uma técnica aplicável exclusivamente às fêmeas.».A taxa de sucesso foi baixa, apenas nasceu Fibro.
Em 2008, foi dado o 1º passo para a clonagem de animais extintos, no Japão foram clonados ratos a partir de cadáveres congelados.
Outros animais :
Touro : 1999 (Itália)
Cavalo : Em 2003 (Itália), cientistas italianos criaram Prometea.
Gatos: Em 2001, cientistas no Texas criaram a CC. (técnica : divisão embrionária)
A lista não termina aqui, mas estes foram alguns dos mais importantes passos.
Fontes:
http://boasaude.uol.com.br/lib/showdoc.cfm?LibCatID=-1&Search=animais&CurrentPage=0&LibDocID=2877
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/020102_porcosrg.shtml
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1406974-EI297,00.html
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI148747-EI297,00.html
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/clonagen/clonagem-de-ratos.php
http://www.paginarural.com.br/noticias_detalhes.php?id=21743
http://pt.kioskea.net/news/11200-cientistas-indianos-clonam-um-bufalo
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI128439-EI297,00.html
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI128439-EI297,00.html
Quando falamos em animais clonados, a primeira imagem que nos vem à ideia é a ovelha Dolly. Considero interessante começar por aí!
A ovelha Dolly foi o primeiro mamífero gerado pelo processo de transferência nuclear de células somáticas (consultar post sobre as técnicas de clonagem). Nasceu em 5 de Julho de 1996. Se por um lado foi considerado um importante passo na evolução da ciência, por outro lado também gerou inúmeras polémicas éticas e científicas. Dolly foi vitíma de grande sofrimento, sofreu de envelhecimento precoce e de outras doenças. A sua morte ocorreu em 13 de Janeiro de 2003, por eutanásia.
Processo de clonagem :
Vídeo sobre as etapas 2 e 3 :
Fontes :
http://www.integral.br/zoom/imgs/267/image009.jpg
http://www.ufrgs.br/bioetica/dollyca.htm
Considero que de um modo geral abordei o processo de execução da micropropagação, assim como as suas vantagens e desvantagens.
Espero ter conseguido ajudar na aquisição de novos conhecimentos na área da Biogenética.
Gostaria de solicitar às colegas e a todos os visitantes do blog, para publicarem aqui os comentários acerca da vossa opinião final!
Deixo as seguintes questões :
1. Concordam com a micropropagação?
2. As vantagens superam as desvantagens?
3. Qual a prespectiva que têm sobre o futuro, ajudará num futuro sustentável?
( Aguardo as vossas respostas e opiniões )
Tendo em conta que ainda gostaria de abordar a clonagem animal, vamos iniciar o assunto já no próximo post.
Mónica
Além das potencialidades que referi acerca da micropropagação, existem muitas outras possibilidades, nomeadamente:
- O aumento da representatividade de plantas ou frutas normalmente consideradas de difícil cultivo em habitat's naturais.
- Aumento da qualidade das plantas com fins terapêuticos, melhorando o seu efeito na saúde das populações.
- Contribuição para a diminuição da pobreza.
Esta são mais algumas possibilidades da aplicação da técnica da micropropagação.
......Mas e as desvantagens?
Nota Importante : Esta mensagem deveria ser apresentada antes do post «Desvantagens»
(1) Elevados custos de produção.
(3) Perda da biodiversidade.
A primeira desvantagem já foi abordada e pode ser minimizada.
No entanto, a maior polémica gera-se na terceira desvantagem. Sabemos que ao criar colheitas provenientes de frutas e plantas com a mesma informação genética, estaremos a dar um passo na extinção das variedades dessa mesma espécie.
Sobre os perigos da redução da biodiversidade das plantas, os especialistas dão «ênfase para as unidades de propagação in vitro – na verdade micropropagação vegetal a partir de pedacinhos minúsculos de tecidos, que requerem espaço mínimo nas prateleiras dos laboratórios (...). Não é de hoje que ambientalistas e cientistas contabilizam a perda anual de espécies animais, vegetais, fungos e bactérias, nos alertando para o prejuízo que tal redução representa para esta e para as futuras gerações.»
O Eng Agrónomo Barbosa afirma acerca da protecção de reservas ecológicas onde exista uma grande variedade de flora, «que somente tais métodos de conservação dos recursos da diversidade biológica não são capazes de evitar o crescente perigo de extinção de espécies e, sobretudo, a perda da variabilidade genética. Assim sendo, faz-se mister que novas formas de conservação desses recursos sejam incorporadas aquelas já em uso, com a finalidade de diminuir, ao máximo, essas perdas irreversíveis. É preciso, com urgência, conservar tais recursos fora do local de ocorrência, ou seja, ex situ. Nesse caso, podem ser mantidos indivíduos, sementes, embriões ou outras estruturas vegetais, animais ou de microrganismos, sob diferentes condições, dependendo do material utilizado no campo, em casas de vegetação, em câmaras secas sob baixa temperatura, em meio de cultura com baixa concentração salina (conservação in vitro), criopreservação ou banco genômico. O importante é que esse material conservado possa ser reproduzido também por técnicas biotecnológicas, e/ou convencionais.»
De acordo com esta opinião, actualmente existem organizações que estão a efectuar a preservação de sementes. Ver o video:
Partilho convosco uma intervenção num website de agronomia:
http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio24/milhobt.pdf
Outras fontes:
http://webnotes.sct.embrapa.br/pdf/cct/n18/n2/cc18n203.pdf
Mónica Mogne
Neste vídeo de uma empresa de Micropropagação podemos observar as principais vantagens do processo, mas penso que acima de tudo é uma excelente forma de perceber o porquê dos custos elevados na produção e a necessidade de técnicos especializados. Ficamos também a compreender melhor a qualidade e rigor dos produtos que se obtêm através da micropropagação.
«Conforme afirma Borém (2007), “no setor florestal, por exemplo, a multiplicação de espécies através da clonagem é compreendida como um componente essencial”.»
Esta pode ser uma forma de atenuar a desflorestação. Uma área desflorestada pode demorar décadas até voltar a adquirir o mesmo património florestal.
A Micropropagação actua em duas vertentes :
(1) Tendo em conta que a Micropropagação pode facilitar o desenvolvimento das plantas, «possibilitando sua multiplicação rápida e em períodos de tempo e espaço reduzidos», pode ser uma oportunidade para atenuar os espaços já afectados.
(2) Com a aumento da produtividade das culturas (quantidade de produto na colheita), poderá reduzir-se a área necessária para a agricultura (reduzindo a necessidade de desflorestação com fins agrícolas).
Fontes:
Oportunidades de Negócios para a Micropropagação in vitro de vegetais: http://www.sober.org.br/palestra/13/797.pdf
A Biotecnologia : http://clientes.netvisao.pt/ltomas/A%20Biotecnologia.htm
Neste post gostaria de partilhar as ideias expressas num pdf. acerca das «OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS PARA MICROPROPAGAÇÃO IN VITRO DE VEGETAIS» - http://www.sober.org.br/palestra/13/797.pdf .
Este documento relata a situação económica no Brasil e o potencial da micropropagação para o desenvolvimento da economia. Segundo estudos e afirmações das autoridades, existe um mercado cada vez mais competitivo e é fundamental obter um produto com mais qualidade e com um desenvolvimento mais rápido. Esta situação leva a que a autora considere viável o investimento em actividades de incentivo ao desenvolvimento da Biotecnologia (o que ocorre em grande parte dos países desenvolvidos).
Podemos ler no documento que a micropropação é «[...] técnica através da qual se propaga plantas dentro de tubos de ensaio ou similares de vidro, sob condições adequadas de assepsia, nutrição e fatores ambientais, como luz, temperatura, oxigênio e gás carbônico. A cultura in vitro de plantas é uma das técnicas mais polivalentes no campo da biotecnologia. (CARVALHO et al. Apud CID, 2001)» . A micropropagação baseia-se na Teoria da Totipotência, ou seja, «qualquer célula viva de um vegetal possui a capacidade de tornar-se uma planta inteira ou parte de uma planta, bastando receber as condições ambientais adequadas». No passado os agricultores já tinham conhecimento de que «qualquer célula vida de um vegetal possui a capacidade de tornar-se uma planta inteira» através de processos artificiais de multiplicação vegetativa (ex. Estaquia, Mergulhia, etc.), contudo nem sempre é fácil proporcionar «as condições ambientais adequadas», o que torna o processo muito mais lento.
É neste sentido que a micropropagação pode dar o seu grande contributo, através do desenvolvimento vegetal em ambientes assépticos e controlados. Se o processo for realizado mediante as respectivas necessidades da planta, poderá obter-se um sucesso de 95% no transplantio para o terreno. (ver trabalho desenvolvido pelo engenheiro agrónomo Fernando Nicoloso acerca da micropropagação do Ginseng Brasileiro, em http://www.redbio.org/portal/encuentros/enc_2001/posters/01/posterpdf/01-061.pdf )
O projecto veio ainda demonstrar que uma das desvantagens apontadas pode ser atenuada, ou seja, com «a homogeneização da matéria-prima» obtemos «optimizações no processo produtivo, o que, consequentemente, permite a obtenção de redução nos custos de produção».
São apontados neste artigo alguns dos principais motivos para o entrave ao desenvolvimento da Micropropação (no Brasil) :
• As sementes a adquirir pelos agricultores são mais caras (porque foram produzidas em laboratório), contudo « a sua colheita não apresentará uma maior valorização monetária». Existe pouca valorização das prácticas na Biotecnologia.
• Escassez de mão de obra qualificada.
• Poucos recursos financeiros para a Pesquisa e Desenvolvimento da Biotecnologia (excepto para as grandes empresas que já o fazem com investimentos particulares).